segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Entrou na capela e manteve o silêncio quase absoluto não fosse pelo pouco isolamento e pelo barulho externo.
Naquela tarde fosca que não chovia e nem fazia luz, ele estava solto e só na capela. Procurava um refúgio. Enquanto observava atentamente os detalhes do interior daquele pequeno espaço sagrado procurava um assento para ofertar sua fé. Sentou-se e não pensou em nada por alguns instantes, juntou suas mãos num sinal de revêrencia e agradecimento, conteve-se por pouco tempo antes de finalmente ajoelhar-se e fechar os olhos, não estava sentimental nem tampouco ameaçava emocionar-se, apertou o mais forte que podia suas mãos, amoeceu os ombrou e a face, pensou em fazer o sinal da cruz, mas achou hipocrisia porque não havia significado pra ele naquele gesto. Tinha tudo para crer, mas era sabido demais para não questionar e quanto mais sabia, mas afastava-se de si . Não disse uma palavra sequer durante sua oração, apenas estava ali no que ele julgava ser seu sacrifício espiritual. Queria liberdade para seu coração e alma, mas não haviam caminhos que não fossem questionáveis. Só queria um pouco de paz de espírito, só queria um sinal, nada de politicagem religiosa ou fantasia, imaginação fertíl de quem esta desesperado, ele estava sereno e buscava a verdade por mais insuportável que fosse e sabia que infelizmente a verdade frequentemente se manisfestava insuportável. Temia subitamente se ver só e descobrir que de nada adiantavam seus lamentos e pedidos de misericórdia, nem graças, nem bençãos, apenas o curso natural da vida que seguia como um rio cujo objetivo principal era escorrer até o fim.

                                                                                                                                                                                                             Os minutos de vazio pareceram uma eternidade e quando finalmente se  levantou sentiu seu corpo mais preenchido do que nunca. Sentiu que tinha alma. Sentiu que eram suas perguntas que faziam seu sangue circular e que o tornavam tão humano como qualquer outro. Respirou avidamente. Tinha sido a oração mais proveitosa de toda sua vida, sim, naquele momento ele pensou ter sentido a presença de Deus.

3 comentários:

  1. Respostas
    1. Ficou demais! O que tirei do texto foi a palavra SENTIR, acho que devemos sentir cada pedacinho do nosso corpo não basta sair fazendo o que é sempre de costume, mas sim sentir e descobrir coisas novas de si próprio. Ficou ótimoooo!

      obs: Foi a minha interpretação e o que "senti" hahaha

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  2. Obrigado meninas vcs são umas fofas, @Yasmin essa é a palavra SENTIR, e em todos os " sentidos " ela nos revela tudo sobre o mundo e sobre nós. Beijos !!!

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